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25 novembro, 2017 Capoeiras celebra Dia da Consciência Negra com ampla programação cultural

Programação foi preparada pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo

Em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra (ocorrido em 20 de novembro), a Prefeitura de Macaíba, mediante a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SCMT), elaborou uma ampla programação para ser realizada na praça da comunidade rural de Capoeiras, localizada a aproximadamente 35 km do centro da cidade e que se constitui na maior comunidade quilombola do Rio Grande do Norte.

A programação cultural começou no início da tarde e se estendeu até a noite desta sexta-feira (24/11) e incluiu exposição fotográfica, artesanato, mesa redonda com lideranças comunitárias, representantes de órgãos públicos, movimentos sociais e organizações não governamentais, oficina de moda, apresentações culturais da tradição afro-brasileira (como a Dança do Pau Furado), concurso de beleza negra e sessão pública de cinema, com o filme “Besouro”, que aborda a arte e a dança da capoeira. Antes dessa programação, houve uma ação da Secretaria Municipal de Saúde no período da manhã.

O evento foi prestigiado pela vereadora Dadaia Ribeiro; o secretário municipal de Cultura e Turismo, Marcelo Augusto; o coordenador de Comunicação Social da Prefeitura de Macaíba, Sérgio Nascimento, que tem origem em Capoeiras; o presidente da Associação de Moradores da Comunidade Quilombola de Capoeiras, Manoel Batista; o diretor de ensino e pesquisa do Instituto Santos Dumont, Reginaldo Freitas, que desenvolve o projeto “Barriguda”, o qual atende a gestantes de Capoeiras e é reconhecido nacional e internacionalmente, dentre outras pessoas de representatividade social no município.

Sobre a celebração, o Babalorixá Jorge Freire, chefe espiritual do Terreiro da Prata, localizado em Macaíba, referiu: “Vim diversas vezes a este quilombo, já me sinto familiar aqui. Eu acho muito bacana este evento, que ocorra mais vezes e que possa também se estender a outro quilombo que temos aqui em Macaíba que é a Vila Mariana. É preciso mostrar que esta data não é só festa, mas representa também uma luta diária, de resistência, dos nossos irmãos quilombolas. Então, é preciso valorizar essa cultura, mantê-la viva com o apoio de todos nós que estamos presentes nesse evento”.

Já a jovem Karol Alves, estudante de Serviço Social da UFRN e representante da REJOMATE - Rede de Jovens de Matriz Africana e Terreiros do RN relatou: “Eu acho muito importante para vir fortalecer esse espaço, a população negra sofre de racismo, preconceito e intolerância durante todo o ano. Neste mês, temos a oportunidade de reviver as lutas contra isso e mostrar nossa resistência em meio a uma sociedade cheia de preconceitos e conservadorismo. Eu me reconheço nessa população, porque sou mulher negra, de terreiro (Terreiro da Prata), e tenho orgulho disso”. Esta foi a primeira vez que ela visitou a comunidade quilombola de Capoeiras.

Assecom-PMM